Assim que acabou de enterrar a esposa, o Emir transforma todos os seus bens em algumas barras de ouro, guarda-as em uma pequena caixinha e, juntamente com a filha, resolve atravessar o deserto numa carroça em busca de uma nova vida. Eis que, na primeira noite, quando estão se preparando para deitar, eles avistam um bando de beduínos que caminham em sua direção. — Estamos fritos! — disse o Emir. Então os beduínos os atacaram e levaram tudo o que lhes pertenciam, deixando-os apenas com a roupa do corpo. No auge do desespero, o Emir não consegue conter as lágrimas. — Que desgraça! Que desgraça! Perdemos tudo! — Calma, papai! — diz a moça, com voz suave. — Nem tudo está perdido. Veja isso... Então, um tanto quanto constrangida, ela levanta a saia, abaixa a calcinha, abre bem as pernas e tira a caixinha com as barras de ouro! — Que maravilha! Que maravilha, minha filha! — exclama o Emir, exultante. — Se a sua mãe estivesse viva a gente poderia ter salvo até a carroça! | ||