Certa feita, o filho de um rabino foi informado que casaria com uma mulher por piedade. Isso mesmo. Ele casaria por imposição do pai e, como não tinha escolha, foi conhecer a futura esposa. Chegando no local onde ela morava, foi apresentado - espantado - para a sua futura esposa. Depois de um tempo, pediu para falar com o pai a sós. O pai, tranquilo, disse que não era preciso sair, pois ela nem conseguia ver direito que eles estavam lá. Ele disse ao filho "ela é cega, fica tranquilo!". "Mas pai", disse o filho, "e os braços tortos?". "Calma", falou o pai, "ela não move os braços. Por isso precisa de você.". "Mas, meu pai, e as pernas??". "Meu amado filho", falou o pai piedoso "estão coladas desde que ela nasceu". "Está bem", disse o bom filho em voz bem baixa, "apesar dela ser feia e toda paralisada, farei a sua vontade". E, continuou o filho, quase sussurando: "pelo menos ela poderá ouvir eu falar". Ao que o pai respondeu: "que nada! ela também é surda! pode falar alto à vontade que ela jamais poderá te ouvir!". | ||