Os passageiros entram na aeronave, se acomodam em seus
lugares e logo em seguida entra o comandante usando
óculos escuros e segurando uma bengala. Ao vê-lo, a
comissária de bordo aproxima-se dele, toca-lhe braço,
o comandante põe mão sobre o ombro dela e seguem os
dois em direção à cabine de comando.
Pouco depois, entra o co-piloto, também de óculos
escuros, segurando a coleira do seu cão. A comissária
aproxima-se, acomoda o cão num compartimento especial,
o co-piloto põe a mão sobre o ombro da comissária e os
dois seguem em direção à cabine.
Alguns passageiros ficam um tanto preocupados com o
perfil da tripulação, mas a maioria não percebe nada
diferente. A comissária fecha a porta da aeronave, faz
a inspeção dos passageiros para assegurar-se de que
todos estão com o cinto e senta-se em seu lugar.
A aeronave dirige-se para a cabeceira da pista, os
motores roncam e lá vai ganhando velocidade. Vai cada
vez mais rápido, e ganhando velocidade, e ganhando
velocidade, mas nada de sair do chão. Nisso, os
passageiros percebem que já estão quase no finzinho da
pista e nada de a aeronave decolar. E todos gritam
desesperados.
É quando a aeronave levanta vôo, para alívio de todos.
Nesse momento, o comandante fala para o co-piloto:
- Qualquer dia desses essa turma não grita na hora
certa e aí estamos perdidos!