Um paraense desempregado, com o nome de Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista. Ao chegar no escritório, o entrevistador lhe perguntou:
- Qual foi seu último salário?
- "Salário mínimo", respondeu Juvenal.
- Pois se o Sr. for contratado ganhará 10 mil dólares por mês.
- Jura?
- Que carro o sr. tem?
- Na verdade, só um carrinho pra vender açaí na rua.
- Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua esposa?
- Jura?
- O senhor viaja muito para o exterior?
- O mais longe que fui foi para Manaus, visitar uns parentes que moram na vila do Puraquequara...
- Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 5 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mônaco, etc.
- Jura?
- E lhe digo mais... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido.
Se até amanhã à meia-noite o senhor NÃO receber um telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira.
Juvenal saiu do escritório radiante.
Sexta-feira mais feliz não poderia haver.
Chegou em casa e contou as boas novas.
Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa a base de muito carimbó.
Sábado, 9 horas da noite a festa fervia.
A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta.
Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero.
A vizinha, interesseira, aprovava.
A banda tocava.
Onze horas, Juvenal era o rei do bairro.
Gastaria horrores para o bairro encher a pança.
Tudo por conta do primeiro salário.
E a mulher resignada.
Onze horas e cinqüenta e cinco minutos........
Vira na esquina buzinando feito louca uma motoca amarela... Era do Correio.
A festa parou.
A banda se calou.
A tuba engasgou.
Nossa, e agora?
Quem pagaria a conta da festa?
Coitado do Juvenal! Era a frase mais ouvida.
Jogaram água na churrasqueira.
O chopp esquentou.
A motoca parou.
- Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?
- Sim, sou eu...
A multidão não resistiu...
- OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!
- Telegrama pro senhor...
Juvenal não acreditava...
Pegou o telegrama, com os olhos cheios dágua, ergueu a cabeça e olhou para todos.
Silêncio total.
Respirou fundo e abriu o telegrama.
Uma lágrima rolou, molhando o telegrama..
Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.
Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.
O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava.
- E agora? Quem pagará pela festa?
Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava...
Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar...
- MAMÃE MORREEEEUUU! MAMÃE MORREEEEUUU!!!!!!!