"Satânico é meu pensamento a teu respeito e ardente é
o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de
vingança incontestável pelo que me fizeste ontem.
A noite quente e calma chegara a ser angustiosa.
Apareceste e, nesta cama, aconteceu. Sorrateiramente
te aproximaste. Sem o mínimo pudor.
Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu.
Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te
a mim e mordeste-me sem escrúpulos até os mais intimos
lugares jamais tocados de meu casto corpo. E adormeci.
Hoje, quando acordei, procurei-te numa ansia ardente,
mas em vão.
Deixaste provas irrefutáveis do que ocorreu na noite
que passou.
Grandes manchas no meu corpo e o alvo lençol salpicado
de sangue.
Esta noite recolho-me mais cedo para, na mesma cama,
te esperar.
Oh! Quando chegares, nem quero pensar com que
perspicácia, avidez e força eu quero te pegar para que
não escapes mais de mim. Em minhas mão quero apertar-
te até o fim. Não haverá parte do teu corpo que os
meus dedos não passarão. Só descansarei quando ver
sair o sangue quente de teu corpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti, oh PERNILONGO
desgraçado!"