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Hemorróidas - Bichas



 
 

Doutor, estou sofrendo demais com estas constantes

crises de hemorróidas. Fico privado das melhores

iguarias da comida baiana, que adoro. Qualquer dose de

whisky me faz mal. Nem caipirinha posso tomar.


Estou desesperado.


Após o exame do médico:


- Seu caso realmente e bem grave. Não há nenhuma

esperança de resolve-lo com medicação. Só uma

cirurgia de transplante resolveria em definitivo.

O senhor estaria disposto a tentar? Existem 99% de

chance de cura total.


- Faço qualquer coisa, doutor. Podemos fazer hoje

mesmo?


- Hoje não. O transplante necessita de um doador

jovem, pois de nada adiantaria o senhor receber um

órgão já cansado e sujeito ao aparecimento das

hemorróidas. Além disto, o doador não pode ser

uma pessoa viva, por motivos óbvios. Mas, não se

preocupe. Trabalho em um hospital onde eventualmente

falecem jovens vítimas de acidentes e assim que eu

encontrar um ânus em condições marco o transplante.


Alguns dias depois, nosso amigo foi chamado pelo

médico e submetido ao transplante.


Três meses depois, após um exame de controle de

transplante.


- Acho que posso lhe dar alta. O resultado me parece

magnífico. O senhor está satisfeito?


- Ah doutor, que maravilha! A vida agora tem

significado para mim. Tenho comido em restaurantes

baianos quase todos os dias, muito vatapá, muita

pimenta, muita cachaça, tenho mesmo abusado. Nunca

mais tive qualquer problema de hemorróidas. O rabo

está novinho. Beleza pura!


- Mas, hummm, o senhor não esta estranhando nada?

Está tudo 100% mesmo?


- Bem, tem uma coisinha acontecendo, nem sei se vale a

pena comentar.


- Fale.


- Bem, é que de vez em quando me dá uma agonia, uma

coceirinha estranha, uma vontade de dar...


- Eu tinha medo disto. Não quis lhe dizer antes, mas

depois que fiz o transplante, soube que o rapaz que

morreu naquele acidente e de quem aproveitamos o

ânus era gay. Não pensei contudo que o fato iria ter

qualquer influência.


- Mas, diga-me uma coisa, o que o senhor faz quando

acontece essa coisa estranha?


- Ora doutor, já que o rabo não e meu mesmo, eu dou,

né?