| Depois de 1 ano que ganhou na loto Sr João convida o cumpadre Zé para a festa de inauguração da mansão em São Paulo. O cumpadre Zé chega e é bem recebido pelo cumpadre João, contudo com uma preocupação:
_ Oi cumpade tô feliz do sinhô te vino, mais preciso pedi proce num falá cum ningueim pra modi num si invergonhá.
_ Ara cumpade pruquê?
_ É qui o povo aqui fala tudo certo i nóis cê sabe né... Se percisá di algo, levanda o dedo pro rapaiz qui tá sirvino qui elé ti atende sem percisá dizê nada.
_ Tá bão cumpade.
_ O sinhô fica a vontade qui eu vô recebe os otro...
O compadre Zé não se ofende mas resolve tirar proveito para aprender falar e sentando bem próximo a outras mesas fica escutando as conversas. De repente escuta:
_ Justamente...
Ele acha a palavra bonita e fica repetindo até decorar. Em outra mesa ele escuta:
_Problemas de negócio...
Novamente repete até decorar. No final ele ouve:
_Foi a base que fiz...
Munido dessas 3 frazes ele volta pra roça e ao descer na rodoriaria e caminhar pra fazenda ele avista um corpo no chão. Mais que depressa ele volta pro vilarejo e chama o delegado contando o que viu. O delegado desconfiado resolve averiguar.
Lá chegando ele avalia que o morto levou um tiro e três facadas e pergunta?
_ Escuta aqui, esse cara foi assassinado. O corpo ainda tá quente então não faz muito tempo. O senhor foi o único que viu. Fala a verdade, não foi o senhor que o matou?
O caipira confiante que sabia falar bem responde:
_ Justamente.
_ Mais moço porque fez isso?
_ Problemas de negócio.
_ Você vai pegar 10 anos de cadeia por isso.
_ Foi a base que fiz... | |